A PEC do 6X1: mais que uma questão de jornada, uma questão de unidade
O debate atual sobre a Proposta de Emenda Constitucional que visa eliminar a escala de trabalho 6×1 é mais complexo do que aparenta. Embora a proposta tenha grande apoio entre a classe trabalhadora, a direita tenta fragmentar o diálogo, colocando trabalhadores, empresários e empreendedores em lados opostos. No entanto, é fundamental enxergar além dessa divisão.
A redução da jornada de trabalho é um avanço significativo, adotado com sucesso em diversos países, especialmente na Europa, onde jornadas mais curtas têm contribuído para o bem-estar e a produtividade. No Brasil, porém, o desafio é adaptar essa mudança em meio a uma elevada carga tributária e a um sistema de encargos que pesam sobre as empresas, especialmente as pequenas e médias.
Por isso, ao lado da discussão sobre a escala de trabalho, é essencial debater também a desoneração da folha de pagamento e o alívio fiscal. Precisamos buscar um equilíbrio que beneficie tanto o trabalhador quanto o empregador, criando um ambiente propício à inovação e à competitividade no setor produtivo.
No Reino Unido, por exemplo, a flexibilização da jornada tem ocorrido paralelamente a políticas de redução de encargos e incentivos ao empreendedorismo, promovendo um ambiente de prosperidade compartilhada. No Brasil, cabe ao Congresso Nacional avaliar essa questão com sensibilidade e dar um passo adiante, sem ceder à armadilha de dividir aqueles que, na verdade, são peças essenciais na construção de um país mais forte e mais unido.
O Brasil não pode ficar atrás em uma discussão que já está em pauta no mundo todo e que, cada vez mais, tem mostrado resultados positivos para os trabalhadores, empresários e, principalmente, para a economia como um todo. Ajustes nas políticas trabalhistas e tributárias, quando bem implementados, trazem crescimento e fortalecem a capacidade de inovação do país.
A oportunidade de avançarmos nesse sentido está ao nosso alcance — é uma questão de visão e união.